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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

CURSO DE TRATAMENTO DA DISLEXIA , EM POUSO ALEGRE/ MG

O curso sobre Tratamento da Dislexia, uma abordagem sistêmica, tem sido sucesso entre os profissionais de Pouso Alegre/ MG.
Promovido em parceria com a Interclinic, instituição multidisciplinar que reúne profissionais da saúde e educação, o curso enfoca como deve ser realizado o atendimento à pessoa com dislexia na sala de aula ou no consultório.
O público é composto por professores, fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos e se encerra no próximo dia 09/12.

Você pode levar este curso para sua cidade, fazendo contato com julia@fundacaoaprender.org.br



CONGRESSO DE PSICOPEDAGOGIA NO CEARÁ


cientista condena o construtivismo como método de alfabetização e diz como os estudos com cérebro podem ajudar disléxicos a ler

Sempre exponho aos alunos e aos professores com os quais trabalho nos cursos de capacitação ministrados em mais de 60 cidades do sul de Minas, pela Fundação Aprender, que construtivismo não é método e  que a adoção de práticas "construtivistas "em classes de alfabetização colaboram para que as crianças se atrasem nas atividades de leitura e escrita.
Pois bem, agora não sou eu a falar, mas o neurocientista Stanislas Dehaene, que publicou recentemente um livro a este respeito, intitulado "Os Neurônios da Leitura ", editora Penso.
Veja o que ele diz, em entrevista concedida à Revista Época, em 14/08/2012, em http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/08/stanislas-dehaene-neurociencia-deve-ir-para-sala-de-aula.html

Franceses pedem `folga` às escolas no dever de casa das crianças

Mais uma vez, trago aqui neste espaço a questão do "dever de casa ", que inquieta a mim, como psicopedagogoa, pela relevância que escola e famílias dão a tais tarefas.

Vejam o que está acontecendo na França a este respeito  e as opiniões de pais e educadores brasileiros , a este respeito. Vale para o debate !!


Que atire a primeira pedra quem nunca desejou, durante a infância, ter o total apoio dos pais para deixar a lição de casa de lado. Pois na França, um movimento organizado por membros da Federação dos Conselhos de Pais de Alunos (FCPE, em francês) apelou às escolas uma `folga` de duas semanas sem dever para os estudantes do ensino primário (até a 5ª série do Ensino Fundamental), em setembro.
A reivindicação cumpriria uma circular editada em 1956 no país que proíbe a prescrição de deveres de casa formais - os velhos exercícios escritos e de repetição - aos pequenos. Entre os motivos para o levante, que também encontrou apoio na Espanha, estão a falta de provas concretas sobre a eficiência das lições para o aprendizado das crianças e a alegação de que a prática contribui para acentuar as diferenças pessoais e sociais entre os alunos. Acima de tudo, está a ideia de que a criança deve mostrar aos pais o que aprendeu na escola, e não à escola o que aprendeu em casa.
 
Do outro lado do Atlântico, a bandeira contra o dever de casa, levantada por críticos como o cientista social Alfie Kohn e a advogada Sara Bennett, autores de livros sobre o assunto, é uma polêmica que gera discussão desde longa data nos Estados Unidos. Os americanos vão mais longe ao afirmar, com base em estudos realizados em universidades como a Duke, que a lição durante o ensino primário não melhora significantemente o aprendizado, além de sobrecarregar o aluno, afetando o desempenho em sala de aula - o que poderia explicar a pontuação atingida pelos EUA no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), inferior à de países como o Japão e a Dinamarca, onde a prescrição de tarefas para casa é mais moderada. Em 2004, uma pesquisa feita com quase 3 mil crianças pelo Instituto de Pesquisa Social da Universidade do Michigan também indicou que o tempo dedicado à atividade cresceu 51% desde 1981.
Apesar disso, os especialistas ressaltam que ainda não há um consenso científico acerca da influência do dever sobre o desempenho do aluno. `Existem vários estudos apontando que escolas que passam dever de casa e alunos que fazem a lição tendem a ter melhores resultados. Mas uma coisa é haver uma correlação e outra é haver relação causal. Isso é consequência do dever em si ou de um conjunto de condições nas quais ele está inserido?`, pondera a professora Tânia de Freitas Resende, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tânia acrescenta que elevar a experiência de uma instituição ou grupo de alunos a proporções nacionais é arriscado, pois as políticas de prescrição de tarefas variam entre as escolas de um mesmo país.
Por outro lado, os argumentos dos franceses parecem razoáveis levando-se em conta a predominância do turno integral entre as escolas do país, uma modalidade que ainda está engatinhando no sistema educacional brasileiro.
 
`No caso de uma escola de meio período (de quatro a cinco horas, comum em boa parte do Brasil), a lição é muito importante, porque vem ao encontro do nosso sistema de memorização, que precisa de uma reverberação do conteúdo`, explica Wagner Sanchez, diretor escolar do Colégio Módulo (SP). Já no turno estendido das escolas integrais, que dura em torno de seis horas, Sanchez acredita que o trabalho de revisão é responsabilidade da própria instituição, onde o aluno dispõe de mais tempo para absorver o conteúdo e tirar suas dúvidas junto aos professores. `Fora da escola, ele vai praticar esportes, fazer uma língua estrangeira, conviver com outras pessoas. Ele também precisa ter um pouco de lúdico, de outras atividades`, comenta.
Reformulação necessária:
De fato, os membros do FCPE afirmam não se manifestar contra o dever em si, mas contra o fato dos alunos levarem para casa tarefas longas e trabalhosas que serão realizadas após um dia inteiro de estudos e, muitas vezes, requerem a assistência dos pais, a qual nem todos os alunos têm acesso. `É claro que algum tipo de acompanhamento é importante, mas as lições deveriam ser planejadas e prescritas de forma que um acompanhamento tão próximo não fosse um pressuposto`, diz a professora Tânia de Freitas Resende.
Além dos pais com extensas jornadas de trabalho, condições socioeconômicas desfavoráveis também podem contribuir para que a lição de casa torne-se um dever chato de cumprir. Nesse sentido, a mobilização propõe a adaptação das tarefas escritas a um novo modelo que demande menos tempo de execução e seja mais atrativo aos próprios alunos.
Se, por um lado, existem famílias que questionam o dever de casa, por outro, a concepção de que o caderno cheio de anotações e a pasta com muitas folhas de exercícios mede a eficiência do ensino ainda é viva para muitos pais. `Muitas vezes são secundarizadas atividades que também são muito importantes, como a leitura e a pesquisa`, afirma Tânia.
Foi o que percebeu Márcio Valério, educador do Sesc (SP) e pai de dois alunos do ensino fundamental da Escola Marista Nossa Senhora da Glória (SP), ao pesquisar colégios para matricular a filha Sofia, de sete anos. Segundo ele, as escolas visitadas ofereciam o mesmo modelo tradicional de ensino, que é pouco atraente às crianças, e isso se reflete na relação com o dever.
`Se mesmo os conteúdos fossem passados de uma forma mais estimulante, as crianças poderiam começar a ter gosto por aprender, por novos conhecimentos`, diz Valério. Enquanto a adaptação do ensino em sala de aula é um projeto para longo prazo, não é necessário tanto tempo para solicitar atividades diversificadas para casa, que facilitem ao aluno entender o que está sendo estudado. `Se o aluno tiver uma dificuldade e você não conseguir passar o conteúdo por outro ângulo, ele vai continuar não entendendo`, explica Wagner Sanchez, do Colégio Módulo.
Há, ainda, as vantagens para o vínculo entre colégio e família: além de fixar os conteúdos escolares, Valério acredita que o dever possibilita aos pais acompanhar o desenvolvimento dos filhos. ”Às vezes, o professor não consegue detectar as dificuldades de todas as crianças, e o pai, acompanhando a lição no dia a dia, tem mais chances disso até para comunicar a escola caso esteja havendo alguma falha”, explica.
O administrador de empresas Claudio Carvajal, 37 anos, concorda e pensa que a filha Juliana, estudante da 2ª série do Colégio Paulista (Copi), poderia se interessar muito menos pelo dever se a execução dos trabalhos não fosse valorizada em casa. “Isso depende de como os próprios pais encaram a lição. Acho que se não tiver incentivo da família, o dever pode ficar só na obrigação”, opina.
 TERRA EDUCAÇÃO - 30/09/2012 - SÃO PAULO, SP

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